Por favor não me pergunte das paisagens que ficaram pra trás.
Não saberia dizer.

Mas te conto que num vislumbre… “Ele,” “o Amado,” foi visto em meio à névoa da manhã.
Uma novidade tão familiar.

Que me perdoem os outros Bardos…
Como cantora itinerante que sou, impossível agora, repetir as mesmas velhas canções e lamentos que aprendi na cidade dos mortos, depois de tê-lo visto em meio as brumas.

Deverei abandonar o canto, e em silêncio, pedir esmolas em frente ao cemitério, para não confundir os mortos com este cantar?

Se é imprudente fazer trovas sobre o que ainda não está claro, não seria igualmente imprudente calar sobre a boa notícia de que o Amado sempre esteve aqui?

Tenho pressa…. a festa acontece aqui… agora e não pretendo permanecer nela, com “roupas velhas, remendadas por tecidos novos.”

Que me perdoem os outros bardos…
Não posso esperar mais…
Preciso ainda hoje, descosturar as fantasias que insistentemente são colocadas sobre mim.
Tenho hora marcada com o “mestre descostureiro.”
Preciso ainda hoje, me despir de tudo que não sou. E então nua, diante do espelho ver o Amado, aqui…
Enquanto no Éter vibram as eternas canções que só agora escuto…

“Eu estou no desconhecido, não sei onde estou.”