Inventam cada coisa por aí…
Uma delas é que a vida tem de ter um propósito.
Aí as pessoas ficam ‘cavucando’ dentro a procurar um.
Muitos acreditam que viver o propósito é a chave do sucesso e felicidade.
Mas o que na natureza segue um propósito, ou tenta acreditar em um? Somente esta espécie que agora se desespera com um pequeno vírus que se tornou praga no canteiro humano, pois nenhuma das outras flores do jardim da vida, padecem deste mal.
Qual é o propósito do beija-flor quando é tocado pelo raio de sol e sai do ninho? Ou das minas de água que se encontram e formam rios? Qual o propósito do raio de sol a tocar a folha que sem propósito algum, produz neste toque o ar que alimenta toda a teia da vida?
Vai conta… Que propósito é este que nos faz tão miseráveis, violentos e amedrontados?
E se não conseguir contar… Oh… Que graça!
Pode ser que a porta do silêncio esteja aberta a te chamar num sussurro…
Vem… Sem propósito algum…
Assim como um dia você dormiu no colo de uma mãe e alimentou no seio dela de um alimento tão puro…
Vem… Pra deixar todos os propósitos caírem como um caranguejo que troca de casca, pois esta não lhe serve mais.
O sol está a brilhar no céu.
Sem nenhum propósito ou terem estudado e se tornado especialistas… Os girassóis de todo o planeta se movem acompanhando este mover celeste. Faz isto até mesmo a mais pequenina destas flores…
Despropositar é a destarefa urgente… Agora… Agora e Agora…
E depois da urgência vem o deleite… Aí a vida se torna um fluir sem “noção”.
Talvez o grande convite seja este, viver “sem noção”, como o faz toda vida que sem noção nenhuma, ao escutar o silêncio, segue a regência da suprema harmonia do Maestro invisível a tocar o Amor infinito, enamorado pela vastidão.
Vem…