Meu pai era um exímio colocador de mantas e ‘cueiros’.

Os pequeninos ficavam como pacotinhos de presentes, quase embalsamados.
A ideia era que a criança se sentisse protegida e não entrasse em agitação se assustasse com algo, outros diziam que era para proteger o umbigo antes que caísse, ou ainda para simular o acolhimento do útero.

Cueiros trazem a memória afetiva de meu pai e também um pouco do meu filho.

Mas façamos alguns contrapontos:
Para onde vai o susto que não pode ser expresso?
Quais condicionamentos são estabelecidos neste cuidado?

 

As palavras são curiosas… 

Pois cueiro é o pano que se enrola a partir do ‘fe ó fó’. 

Aliás, “eiro” é um sufixo usado para assinalar profissões e locais de baixo prestígio social: banheiro, padeiro, açougueiro, cozinheiro, fofoqueiro, embusteiro, prisioneiro, bueiro, trapaceiro, etc.

Vixe!  Você já reparou que não existe ingleseiro, americaneiro, franceiro, alemeiro, chileiro, japoneiro e outros “eiros” para definir nacionalidades?

 Somos brasileiros. Eita!

 

 

Curioso, não é? (olha ele aí de novo em maiúsculo)

Colonização é “um processo de ocupação de territórios”. Seja ele o corpo, o desejo, a linguagem, a forma de pensar. Tudo que é colonizado entrega seus recursos para quem o coloniza. Nem sempre há culpados… Mas há consequências.

Neste estado, onde por hora meu corpo se abriga e escrevo para você, cercado de “Minas” com os mais variados tesouros que ainda hoje são explorados pelos mais variados tipos de “colonizadores” (alguns deles impensáveis), tremula uma bandeira curiosa, que é quase uma incitação: “Libertas quae sera tamen”, que traduzido se lê: “Liberdade, ainda que tardia”.

Escrito por Joelma Silva – Dev
(Terapia online – Sepervisão em Psicologia – Treinamentos)

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