E se você não for o que pensa ser?

“Se você é um prisioneiro, não me interessa descrever o que é a liberdade. Meu interesse principal é mostrar o que cria a prisão e que você a destrua.’  – Krisnamurti

Mogli, o menino que foi criado por um lobo é uma ficção baseada em muitos relatos documentados desde meados do anos de 1.300 de crianças que foram encontradas na vida selvagem, vivendo em bando de algum outro tipo de animal mamífero, que se moviam como se fossem quadrúpedes e emitiam sons semelhantes aos animais. Vale uma pesquisa com a chamada “crianças selvagens,” você verá alguns relatos interessantes apresentados por personalidades bem respeitadas, assim como Jean Jacques Rousseau.

Marina Chapman entre os casos reais de criancas selvagens

Mariana Chapman, encontrada nas florestas da Colômbia.

A questão no entanto que apresento é outra. Se uma criança criada por animais desenvolve comportamentos semelhantes aos deles é óbvio que nós de igual forma repetimos aquilo que nos foi transmitido; ensinado… Desde movimentos, comunicação, hábitos, gostos, alimentação. Aquilo que “pensamos” não é genuinamente uma expressão da realidade, mas sim uma síntese de tudo que fomos colecionando, desde que saímos do ventre das fêmeas que nos geraram e  que aprendemos a chamar de mãe e dedicar uma relação vitalícia o que difere de todas as outras espécies.

menino passaro entre os casos reais de criancas selvagens

Prava – Menino russo de 7 anos criado em meio a milhares de pássaros

Não há problema nisso, mas é interessante começar a olhar para uma questão. Cada um de nós está vivendo em verdade a percepção daquilo que é, ou estamos perpetuando um programa que vai sendo instalado aos poucos desde que nascemos. Instalado de tal forma, que passamos a acreditar que somos o que o programa define.

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Criança da atualidade criada como se esta fosse sua real natureza.

Estas questões eram apenas teóricas e quase uma grande viagem na maionese, quando pela primeira chance os olhos desta que escreve, puderam estar diante de um “desperto,” iluminado ou realizado. Vários termos usados conforme a região do mundo para definir aquele(a) que saiu de todas as ilusões da mente.  Um outro termo para isso é “um Buda.” No dia em que tal encontro se deu, um grande nada tomou conta de tudo dentro e ao redor e pela primeira vez em décadas pude experimentar do momento sem a interferência de pensamentos. O silêncio. Devo dizer, que nada em toda vida foi tão impressionante, leve, arrebatador, profundo e tantos outros adjetivos impossíveis de descrever e que uso aqui tão somente para aguçar sua curiosidade. Quem conhece minha vida, sabe o quanto já vivi as histórias mais intensas de toda ordem, mas nada… NADA… esbarra nem de leve neste perceber por uma fresta que estamos a viver de um forma muito precária, sendo programados por um bando humano sem consciência.

Não pense que falo de gurus… Destas pessoas que fazem cara de boazinhas e dizem que você precisa ser melhor. Sempre tive preguiça deste tipo de gente e agora depois que flertei, esta vastidão que somos, lamento ainda mais o equívoco de tais impostores.

O fato é que vi esta foto e “avestruz”!!!! Tive vontade de te contar que na presença de um desperto, algo se deu conta, que estava a me mover do mundo não tão diferente deste homem nu, de Mogli, de Kasper Haus.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” – Jesus

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Osho – Grande Mestre indiano

“Quem é você sem as suas lembranças?Quando eu pergunto “Quem é você?” você me diz seu nome – isso é uma lembrança. Seus pais lhe deram um nome um tempo atrás. Eu pergunto “Quem é você?” e você me fala de sua família, do seu pai, da sua mãe – isso é uma lembrança. Eu pergunto “Quem é você?” e você me conta o que estudou, seu nível de instrução, que fez mestrado em Artes ou que tem doutorado ou que é engenheiro ou arquiteto. Isso é uma lembrança.” Quando eu pergunto “Quem é você?”se você de fato olhar para dentro, só terá uma resposta: “Não sei”. – Osho

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Satyaprem – Desperto e Mestre Zen brasileiro: “Quem é você?”

“O nosso encontro ocorre para que você veja que você não é aquilo que está sendo visto. Se você observa alguma coisa, essa coisa está sendo observada. Portanto, como você pode ser o que está sendo observado, se você o está observando? Esta questão nos remete a uma pergunta primordial: quem é você?” – Não adianta perguntar para a sua mente, porque ela não sabe. Se quer se aproximar da sua realização, aproxime-se do agora. Olhe para o agora, esteja atento ao agora, para resolver essa questão. No agora não dá tempo de tecer sequer um pensamento a respeito de quem você é – e esta é uma grande chave.” – Satyaprem

 

Por: Dev Swaran