primeiro dia de aula, primeira vez que você dormiu na casa de amigos, que saiu sozinho na rua, que andou de bicicleta ou nadou em um rio. As primeiras das primeiras vezes, aquelas de nossa infância, são presentes que recebemos de nossos familiares, professores e amigos nos apresentando o mundo.
Depois vamos por conta própria escolhendo o momento do que experimentar e quando. E o tempo de cada descoberta, de cada primeira vez, é definido pela nossa ousadia e a facilidade ou não de construir ou agarrar as oportunidades quando elas aparecem, usando algumas habilidades naturais e outras aprendidas.
A adolescência talvez seja o tempo que guarda muitas destas novidades que nós mesmos buscamos… Quem não se lembra do primeiro beijo? Da primeira viagem sozinho? Da primeira relação sexual? Que dirigiu sem companhia? Um show com amigos, o primeiro dia no emprego, ou a primeira ida à faculdade? E depois, a primeira vez que seus olhos se encontraram nos olhos de seu filho, ou a primeira vez que disse adeus a alguém querido que a morte levava…
Há também aquelas coisas que é bom ser prudente para nunca experimentar, nem mesmo uma vez sequer. Fazem parte de uma lista negra daquilo que pode nos destruir e empobrecer a nossa experiência humana. E há os golpes da vida que nos trazem algumas novidades dolorosas.
Mas é fato que os momentos floridos da vida tem muito da magia da primeira vez.
E via de regra, o tempo vai passando, as pessoas se perdem em suas rotinas, nos “eu tenho que”, na repetição de dias onde as escolhas estão quase ausentes e as primeiras vezes vão deixando de existir.
Na vida, tenho recebido muitos presentes fantásticos. E um deles é conhecer pessoas que mesmo com os cabelos enevoados, arriscam fazer muitas coisas pela primeira vez. Aquele curso superior que lhe agrada, dançar um tango na Argentina, mergulhar em Abrolhos, arriscar um novo amor, experimentar sabores novos… São pessoas lindas de se ver. Têm nos olhos um brilho puro como as crianças e uma força de viver que dá inveja a muita gente com pouca idade, mas “velha” por dentro.
Desconfio que a abertura para experimentar o novo e reinventar a vida seja o elixir da juventude dessas pessoas. E inspirada nelas, deixo ligado o meu Eu que observa para estar atenta a me permitir provar o mundo em suas boas novidades e com isso fazer os meus dias mais encantados.
E você, diga pra mim:
QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ QUE FEZ ALGO PELA PRIMEIRA VEZ?