A roda das direções: um mapa vivo da sua conexão com a teia da vida
Quando olhamos para a natureza com um pouco mais de atenção, percebemos que ela não anda em linha reta: ela gira, espirala, retorna, amadurece, recolhe, recomeça. Os povos nativos sabiam disso de um jeito profundo. Eles olhavam para o céu, para os ventos, para as estações do ano e, a partir dessa observação, criaram algo que não era só simbólico, mas um verdadeiro mapa de pertencimento: a roda das direções.
No vídeo A Roda das Direções, trago essa sabedoria ancestral para perto da nossa vida cotidiana. A roda é um convite a lembrar que fazemos parte de uma grande teia: nada do que somos, sentimos ou vivemos está isolado. Assim como a Terra se move em ciclos, nós também nos movemos entre começos, meios, fins e recomeços – por dentro e por fora.
O que é a roda das direções?
A roda das direções é uma mandala simbólica que conecta:
- os quatro pontos cardeais,
- as estações do ano,
- ritmos da natureza,
- e também fases internas da nossa jornada.
Embora cada tradição traga suas nuances, a essência é a mesma: reconhecer que há sabedoria em cada direção e que nosso caminho se torna mais inteiro quando honramos esse movimento circular, em vez de buscar apenas o “alto”, o “rápido” ou o “resultado final”.
As direções e as estações: espelhos de nós mesmas
Quando relacionamos as direções às estações do ano, como faziam muitos povos nativos, algo muito simples e, ao mesmo tempo, muito profundo se revela: nós também somos atravessadas por invernos, primaveras, verões e outonos internos.
Sem entrar em um único “modelo fechado”, podemos dizer que:
Uma direção pode nos lembrar o tempo de germinar,
aquele momento em que as sementes ainda não aparecem na superfície, mas algo muito importante está sendo preparado no escuro da terra.Outra direção dialoga com o florescer,
quando a vida começa a despontar, brotar, testar novas formas, se mostrar ao mundo.Outra pode expressar o tempo de frutificar,
de colher resultados, compartilhar dons, celebrar o que amadureceu.E outra direção nos convida ao deixar ir,
como as folhas que caem no outono, para que o excesso não nos impeça de seguir crescendo.
Cada direção carrega um tipo de qualidade, um tipo de pergunta, um tipo de medicina. E, quando nos abrimos a essa leitura simbólica, percebemos que nossa vida não está “dando errado” quando entra num inverno: ela só está obedecendo a um ritmo maior do que a pressa do mundo moderno consegue enxergar.
